domingo, 26 de julho de 2009

CORAÇÃO VAGABUNDO


No último fim de semana, algumas salas de cinema do país exibiram a estreia do documentário Coração Vagabundo, sobre a vida de Caetano Veloso.

No corpo do filme, o baiano diz que a velhice traz a conclusão de que o pior já passou. E explica numa entrevista que “não é bem uma conclusão. É a constatação de que não se pode pôr tudo na conta da velhice. Alguns podem viver o pior de suas vidas aos 17, ou aos 35, ou aos 42, e atravessar a velhice com alegria e paz”.

E emenda: “No filme, não falava de mim. Sou um cara que tem saudades da juventude – não do tempo em que fui jovem, mas da juventude em si, do equilíbrio e da elasticidade do corpo, da força dos cabelos, o jato de urina forte, as ereções firmes, a alegria física da juventude”.

PRA CHEGAR DO OUTRO LADO


Falta de notícia é sempre desesperador. O Ego, página da internet especializada em fofocas de celebridades, na ausência de uma tragédia publicou duas fotos sequenciais da Emanuelle Araújo com a seguinte legenda: “compenetrada, a atriz Emanuelle Araújo atravessa uma rua no Leblon, na Zona Sul do Rio, nesta quinta-feira, 23. Por que tão séria?”

Rosana Hermann, do blog Querido Leitor, não perdoou. Copiou a notícia e comentou a notícia incrível. “Pena que eu não conheça Emanuelle Araújo. Mas a ignorante sou eu, admito. Adorei saber, mesmo assim, que ela estava no Leblon. Quem diria, Leblon. Nunca imaginei que as pessoas fossem lá. Ou que, uma vez lá, atravessassem a rua dessa forma, concentrada. Bom, mas pelo menos ela não atravessou diluída. E fiquei feliz em me certificar que o Leblon fica no Rio. Pelo som “on” eu pensei que fosse em Paris.


Tudo bem que ela não seja uma celebridade de primeira grandeza, mas a Rosana não deve ter assistido A Favorita, onde ela fazia a Manu, parceira do Dódi. E no twitter, veio a pergunta clássica: Por que Emanuelle Araújo atravessou a rua?

MARIA JOANA


O assunto já é antigo, mas tem ganhado força na mídia nas últimas semanas. A maconha está em alta. Não me refiro ao seu uso, mas ao tema em si.

Tenho a impressão que todo esse rebuliço tenha tomado maiores proporções depois da participação do ministro do meio ambiente Carlos Minc numa das marchas da maconha em Ipanema.

Na quinta-feira passada, a erva foi a linha condutora de um episódio d’A Grande Família – horário nobre na Globo. Os roteiristas se aproveitaram dos personagens pra dar suas opiniões sobre o tema e, claro, constatar que nesse assunto toda “grande família” tem pelo menos um especialista.

Na mesma noite, a TV Câmara passava uma entrevista com um dos organizadores da Marcha de quem não me recordo o nome.

O que eu sinto em relação ao tema é que as pessoas que se manifestam contrárias ao uso da maconha são, na sua maioria, despreparadas pra opinar já que nunca tiveram contato com a fumaça.

Aí você vai me dizer que ninguém precisa por o dedo na tomada pra saber que dá choque. Concordo. Mas a sensação do choque só pode ter que se atreveu.

Só pra encerrar, já que o assunto renderia muitos parágrafos e não quero fazer discurso, mas acho bastante estranho uma pessoa ser presa porque tem um exemplar de cannabis no seu jardim enquanto outras promovem orgias com dinheiro público e gozam de imunidade.

BEBER, JOGAR, F@#ER


Na ocasião do lançamento do livro Comer, Rezar, Amar – best-seller da norte-americana Liz Gilbert – eu li e senti que se tornaria um clássico do universo feminino.

Pois nessa semana, lambendo a vitrine da livraria, notei que havia uma versão de cuecas para o livro. Quer dizer, uma ficção inspirada na ideia do original, onde um publicitário é chifrado pela esposa e resolve dedicar um ano se sua vida bebendo em Dublin, jogando em Las Vegas e curtindo os prazeres de carne em Bangkok. Você entendeu que não estou falando de picanha, certo?

Ah, sim! O título. Passa pela nossa cabeça que a máquina criptografou o último verbo, certo? Errado. O f@#er faz parte dos nossos eufemismos que não combinam em nada com o país do carnaval, do mesmo jeito que filmes que trazem um sonoro fuck you são legendados aqui como “vai se ferrar”.

Um parágrafo do livro que merece ser sublinhado: numa união, existem pessoas Macs e pessoas PCs. Ou seja, há um esforço danado para os computadores operarem no mesmo sistema e falarem a mesma língua. Mas, no fundo, eles são diferentes.

O ENIGMA DO PRÍNCIPE


Não li nenhum dos livros do Harry Potter, mas acompanhei a saga do aprendiz de feiticeiro pelas telas dos cinemas desde o princípio. No fim de semana que passou, rolou o lançamento do sexto filme e, segundo consta, o antepenúltimo já que o sétimo e último livro [Relíquias da Morte] será dividido em dois filmes.

O título original – Harry Potter and the Half-Blood Prince – foi traduzido como Harry Potter e o Enigma do Príncipe. No texto fala-se em príncipe mestiço, que ainda não é a palavra mais apropriada. A tradução mais literal cairia no bastardo, o que também foge do propósito. Na série, os mestiços são filhos de bruxos com trouxas. E trouxa é quem não é bruxo.

O filme já arranca com uma cena sensacional: um passeio por Londres que só faltou a poltrona do cinema chacoalhar pra gente se sentir na Disney. E muitas outras cenas fantásticas, por vezes me remetendo ao Senhor dos Anéis e outras ao Fabuloso Destino de Amélie Poulain.

CADILLAC RECORDS


Eu não sei dizer ao certo o que aconteceu. Ou o cartaz passou batido por mim nos cinemas ou o lançamento de Cadillac Records foi direto em DVD aqui no Brasil. O fato é que já está nas locadoras e é um item obrigatório para os amantes do rock’n’roll.

O filme se passa na Chicago dos 40’s e 50’s, mas não sem antes passar pelo Mississipi, afinal, reza a lenda [e o filme endossa] que foi ali o nascimento do blues, pai do rock.

A história se confunde com a história da Chess Records e de seu fundador, Leonard Chess – interpretado pelo vencedor do Oscar Adrien Brody], que teve em seu catálogo lendas como Muddy Waters, Little Walter, Etta James e Chuck Berry.

Não posso deixar de me render à atuação surpreendente da Beyoncé, que me comoveu no papel de Etta James. Quando ela canta At Last, arrepia tudo. Ela é ainda a produtora executiva do projeto.

domingo, 19 de julho de 2009

ESTUDO

Quando seu filho estiver dando problema no colégio, naquela fase negra de jogar tudo pro alto e não querer saber dos estudos, vou anexar aqui uma ferramenta que pode ser importante no processo de convencê-lo do contrário! Um retrato que diz mais que mil discursos.





Sempre chega um momento na vida em que

ter muito dinheiro faz toda a diferença!

BILLIE HOLIDAY


No último fim de semana, o mundo contabilizou 50 anos sem Billie Holiday, para alguns a maior cantora de jazz da história da música.

Se alguém aqui já se queixou da vida, deixa eu contar um pouquinho do que foi a vida pra Billie. Pra começar, ela foi a consequência de uma aventura maluca entre dois adolescentes. Quando nasceu, seu pai tinha dezoito anos e sua mãe dezesseis. A propósito, o pai era guitarrista e abandonou a família quando Billie ainda era bebê, seguindo viagem com uma banda de jazz.

Menina americana negra e pobre, Billie passou por todos os sofrimentos possíveis. Aos dez anos sofreu violência sexual por um vizinho e foi internada numa casa de correção para meninas vítimas de abuso. Aos doze, trabalhava lavando o chão de prostíbulos. Aos catorze, morando com sua mãe em NY, prostituiu-se pela primeira vez.


Sua vida como cantora começou em 1930. Ameaçada de despejo por falta de pagamento, Billie saiu desesperada atrás de algum dinheiro. Entrou num bar do Harlem, ofereceu-se como dançarina e mostrou-se um desastre.

Penalizado, o pianista perguntou se sabia cantar. Billie cantou e saiu com um emprego fixo. Nunca teve educação formal de música. Aprendeu ouvindo Bessie Smith e Louis Armstrong.

Nos anos quarenta, auge do sucesso, a estrela pulou de cabeça no álcool e nas drogas, passando por momentos de depressão, refletidos em sua voz. Pouco antes de morrer de overdose, publicou sua autobiografia – Lady Sings the Blues – a partir da qual nasceu um filme póstumo com Diana Ross no papel de Billie.

CHANNING TATUM


Channing Tatum era um rapaz bonito que trabalhava na Dillard’s – uma tradicional rede de lojas de departamentos americana – e recebia dez dólares por hora pra ficar borrifando perfume. Uma profissão tão chata quanto a de entregar panfletos.

Para a felicidade dele e para a inveja verde e viscosa dos seus inimigos, essa história faz parte de um lugar cada vez mais distante chamado passado. No mês de agosto, ele ilustra a capa da GQ Magazine num ensaio assinado pelo bambambã Mário Testino.

Antes disso, já dividiu um editorial de moda na Vogue com a gaúcha Carol Trentini e ficou conhecido do público pelo filme Ela Dança, Eu Danço onde faz par com a atriz Jenna Dewan, com quem acabou de se casar.

Pra quem ainda não ligou o nome à pessoa, ele esteve recentemente nas telas do cinema estrelando o filme Ela É o Cara. Por ora, pode-se dizer que o moço está no topo da cadeia alimentar.

DIA DO AMIGO


Amanhã, vinte de julho, é dia de chamar os seus protegidos e comemorar o Dia do Amigo. Aproveito a data pra dizer aos meus o quanto eu os aprecio e faço aqui a homenagem com um bis do meu texto favorito sobre o assunto. Abram aspas:

Pra que serve um amigo? Pra rachar a gasolina, emprestar a prancha, recomendar um disco, dar carona para festa, passar cola, caminhar no shopping, segurar a barra. Todas as alternativas estão corretas, porém isso não basta para guardar um amigo do lado esquerdo do peito.

Um amigo não racha apenas a gasolina. Racha lembranças, crises, choros, experiências. Racha a culpa, racha segredos. Um amigo não empresta apenas a prancha. Empresta o verbo, empresta o ombro, empresta o tempo, empresta o calor e a jaqueta.

Um amigo não recomenda apenas um disco. Recomenda cautela, um emprego, recomenda um país. Um amigo não dá apenas carona para uma festa. Te leva para o mundo dele e topa conhecer o teu.

Um amigo, não passa apenas cola. Passa contigo um aperto, passa contigo uma emoção, passa junto o réveillon. Um amigo não caminha apenas no shopping. Anda em silêncio na dor, entra contigo em campo, sai do fracasso ao teu lado.

Um amigo não segura a barra apenas. Segura a mão, a ausência, segura a confissão, segura o tranco, o palavrão, segura a porta do elevador. Quem tiver um amigo assim, que diga amém. E fechem as aspas.

PORTO EUROPA


Depois de todo o bas fond envolvendo a empresária Eliana Tranchesi, proprietária da Daslu – a catedral do luxo no Brasil – agora é a vez de Tânia Bulhões estar na mira da Polícia Federal.

Tânia, casada com o empresário Pedro Grendene, é também suspeita de um esquema de importações ilegais. A PF esteve na loja que carrega seu nome nos Jardins, em Sampa, apreendeu documentos e escaneou notas fiscais.

A loja é especializada em móveis de luxo e artigos de decoração e faz parte da via crucis da elite paulistana.

A operação batizada de Porto Europa começou na terça-feira numa cooperação entre a Receita Federal, a Polícia Federal e o Ministério Público Federal. O objetivo é apreender provas do esquema fraudulento de importação de artigos de luxo.

Vagarosa


* Maria do Céu Whitaker Poças nasceu com duas veias saltadas para a arte. Filha do Edgar Poças, um maestro e compositor brasileiro, responsável pelos arranjos musicais do Balão Mágico e da artista plástica Carolina Whitaker, entrou em contato com a música bem jovem.

* Adotou Céu como o nome artístico e se jogou no mundo da música. Lançou um primeiro disco onde é co-autora de 12 das suas 15 faixas, lançado no Brasil em 2005, e fez sucesso além das nossas fronteiras – até mais lá do que aqui.

* Nem lembro como fui descobrir aquele álbum, mas lembro bem que já tinha ouvido muitas vezes quando vi a figura da cantora pela primeira vez, se apresentando na abertura dos Jogos Panamericanos no Rio de Janeiro.

* Então descobri que ela foi a artista brasileira que alcançou a mais alta posição nas paradas dos EUA desde Astrud Gilberto com Garota de Ipanema em 1963.

* A boa nova é que ela acaba de aterrissar nas prateleiras com seu segundo álbum, o Vagarosa. Como é uma artista pouco divulgada, fica aqui a dica. Vale cada acorde.

LATINOS


Eu gosto de dormir com um barulho de fundo. Digo, dormir não é o verbo certo porque na hora do descanso o ideal é mesmo o silêncio absoluto. Mas enquanto a gente está naquele limbo entre a vigília e o sono, é bom um barulhinho. De preferência em língua estrangeira.

Foi assim que descobri os prazeres da CNN em espanhol, língua que soa como um acalanto perfeito porque ainda que seja entre todas as latinas a prima mais próxima do nosso português, é a que tenho menos interesse e, portanto, a que me soa mais estranha.

Entretanto, não posso ocultar minha pescaria de palavras quando todo o corpo quer descansar e apenas o ouvido continua funcionando. E foi nesse clima de desprendimento que comecei a notar o quanto o espanhol é a língua mais fechada aos estrangeirismos que já pude notar.

Aí alguém vai contestar que o francês também detesta o inglês, onde eu direi que é verdade, mas o problema deles é político, bélico ou rixa de vizinho, mas é um problema pessoal. Só não queira me convencer que uma língua não roubou da outra porque é mentira. Tenho uma lista de exemplos.

No contrafluxo, o espanhol se mantém fiel ao próprio acento. Vamos ilustrar com a letra W. Em português, dáblio – uma derivação de double U, muitíssimo parecido se partirmos da pronúncia original. Em espanhol vira doblevê, bem mais coerente com a língua em que se diz. E nessa era cibernética onde a gente fica repetindo dáblio dáblio dáblio eles dizem triple doblevê.

Outro exemplo clássico é o OK. Aqui a gente mantem o sotaque original da expressão. Okei. Nossos hermanos são bairristas. Transformam em oká.

Antes de criar inimigos, quero deixar claro: isso não é um ataque ao português nem um elogio ao espanhol. É uma observação. Não serve pra absolutamente nada além de chamar atenção para o fato. Outro dia conversamos sobre o jeito como os espanhóis pronununciam o nome de celebridades estrangeiras. É o endosso do assunto.

domingo, 12 de julho de 2009

LOUBOUTIN


Um pouco de graça entre a turma da vida inteligente na madrugada que esteve ligada no último Altas Horas, programa do Serginho Groissman nas noites de sábado.

As convidadas Cláudia Leite e Cléo Pires passaram por um leve constrangimento quando se sentaram lado a lado e notaram que estavam usando sapatos idênticos. Mesma cor, mesmo verniz, mesmo salto vertiginoso e não duvido que seja do couro da mesma vaca.

Riram da situação e deram aquela cruzada de perna estratégica pra revelar um solado vermelho que as Carries Bradshaws de hoje reconhecem a kilômetros de distância.

Tratava-se de um par do designer Christian Louboutin, sonho de consumo de várias cinderellas modernas que se atrevem a pagar R$ 2.500 por um par de sapatos. É esse o valor dos pisantes, segundo uma amiga bem iniciada no assunto.

Agora falando sério: gastar uma fortuna num sapato pra sentar ao lado de outro par idêntico? Se fosse Melissa é porque tinha virado um caminhão na praça.

SENADO


Zapeando entre um canal e outro, meus dedos me fazem parar na TV Senado quando o gaúcho Pedro Simon se pronunciava a respeito dos escândalos que assombram aquela casa.

O senador já está no seu quarto mandato, o que lhe rende mais de trinta anos na cúpula do legislativo e certamente é um dos principais personagens da história viva do Senado Federal.

Num discurso eloqüente, criticou a medida provisória como uma seqüela do parlamentarismo e num tom de mea culpa trouxe à superfície o conjunto da obra que tranformou aquela casa em motivo de chacota nacional.

Depois troquei a tevê pela internet onde li um artigo do Ruy Castro que combinava com que eu tinha acabado de ver.

Começava com uma história da Segunda Guerra. Um japonês, Tsutomu Yamaguchi, estava em Hiroshima a negócios no dia 6 de agosto de 1945 quando um avião americano despejou a bomba atômica sobre a cidade.

Morreram 140 mil pessoas. Tsutomu sofreu graves queimaduras, mas sobreviveu e conseguiu voltar no mesmo dia para sua cidade, Nagasaki.

Três dias depois, outro avião americano jogou a bomba sobre Nagasaki, matando mais 70 mil. E, pela segunda vez, Tsutomu, mais morto do que vivo, escapou. Sobreviveu não apenas ao impacto das duas bombas, mas passou a vida incólume aos efeitos da radiação que provocou cânceres fatais em milhares de seus compatriotas.

Em março último, aos 93 anos, foi oficialmente reconhecido pelo governo japonês como o único duplo hibakusha – sobrevivente da radiação atômica – do país.

Nem todos têm a incrível resistência de Tsutomu. O único outro sobrevivente profissional que poderia despertar inveja no japonês é o senador José Sarney.

MARACANÃ

Se quem é rei nunca perde a majestade, Roberto Carlos está se aproveitando da coroa e do cetro pra celebrar em alto estilo seus 50 anos de carreira.

Depois de ser cantado [entenda aí o verbo como quiser] pelas vozes femininas mais desejadas do país no Municipal de São Paulo, Roberto lotou o Maracanã neste sábado para um show antológico.

E como o rei sabe muito bem cativar o seu eleitorado, ele foi além do seu jargão “que prazer rever vocês”. Emendou com “essa é a maior emoção que eu já senti. Quando eu estava lá em Cachoeiro de Itapemerim jamais poderia imaginar uma coisa assim. Cantar no Maracanã olhando nos olhos de vocês. Tudo isso parece um sonho. Mas se for um sonho, não quero acordar”.

Roberto não detém o trono por tantos anos à toa. Ele sabe chegar no coração do povo brasileiro, seja cantando o amor ou as coisas simples da vida, seja cantando a mãe, a Lady Laura, ou o pai – meu querido, meu velho, meu amigo – seja cantando Jesus ou tomando café da manhã com a amada amante.

Não há como não se render. Todo mundo tem uma canção do Roberto na trilha sonora das suas vidas. E apenas pra constar: havia três gerações de fãs do Roberto acompanhando ao vivo pela Globo o show no Maracanã. Só posso aplaudir!!

PORTOFRANCO

Rodrigo e Susy na festa de inauguração da Portofranco

Nathália, Katia, Juliane e Mari

Taninha e Thuani

Ivânia, Denia, Ione, Marga e Silvana

Cris, Rodrigo, Lucrécia, Priscila e Doriana

Família: Gio, Juli e Má na inauguração da Portofranco

Minhas protegidas Suzana, Leila e Sueli
Família Ogliari reunida celebrando o sucesso do novo empreendimento

Tukinho e Rodrigo confraternizando


domingo, 5 de julho de 2009

SUSPENSÓRIOS


Thuani Duarte, uma das minhas acessoras pra assuntos aleatórios, recorta da Folha e e envia uma nota bastante oportuna do Ferreira Gullar sobre os nossos índices manipulados. Abre aspas:


Para o governo, praticamente não há inflação. Mas segundo a Maria, minha secretária, o leite longa vida subiu de R$ 1,70 para R$ 2,80 ou R$ 3. O leite em pó de R$ 4,50 para R$ 5,40 ou R$ 6,20. O açúcar de R$ 0,80 para R$ 2,50. O tomate R$ 1,50 para R$ 2,80 ou R$ 3.

Isso me lembra uma época distante, quando os índices de inflação divulgados pelo governo eram sempre mais baixos que a inflação real. É que para calculá-los, incluía o preço dos suspensórios e de outros artigos que já quase ninguém comprava.

Quais serão os suspensórios de hoje não sei, mas que entram nos cálculos da inflação não tenho dúvida. Fecha aspas.

EXCESSOS


A morte de Michael Jackson trouxe à superfície um assunto que costuma desagradar uma das instituições mais poderosas do planeta: a indústria dos remédios.

Os rumores que correm é de a causa mortis do ídolo tenha sido uma dose excessiva de Demerol. Me corrijam se eu estiver equivocado, mas o Demerol é um analgésico poderoso como a morfina, daqueles que te levam ao céu em uma picada.

Não faz muito mais de um ano, o ator australiano Heath Ledger foi encontrado morto, vítima de uma overdose de remédios pra dormir.

Nossa cultura já aceitou: a gente toma remédio pra dormir, depois toma remédio pra acordar. Se levantar de mal humor, toma remédio pra ficar feliz. E se bater qualquer ansiedade, uma outra pílula mágica faz seu coração voltar ao pulso normal.

Ao mesmo tempo em que é louvável a gente poder contar com um comprimido que elimina a nossa dor, é triste ver o quanto estamos condicionados a resolver nossos problemas na farmácia.

Ninguém mais tira um tempo pra olhar pra dentro. Ninguém quer saber se a dor na cabeça é cansaço, se é fome, se é calor ou se é fruto de algum excesso. Basta umas gotas de qualquer coisa e o incômodo se esvai.

No dia seguinte, repete-se o rito com a mesma facilidade com que se faz o sinal da cruz diante de um símbolo sagrado e assim acostumamos o nosso corpo a sobreviver nessa loucura que são os nossos dias, acompanhando o nosso ritmo.

Somos complacentes com com uma sociedade que não sabe dosar o uso de drogas e insiste em tratar o assunto da forma mais velada possível. Proibimos a maconha mas aceitamos o abuso de substâncias fatais. E assim nossos heróis vão morrendo de overdose.

PORTOFRANCO


Terça-feira [07] Susy Ogliari [foto] recebe convidados especiais pra inaugurar a Portofranco, no Archer Boulevard, numa noite de alegria e borbulhas de Chandon. Nesta estreia [sem acento pra estar em dia com as novas regras da gramática] participo comandando a trilha sonora da noite acompanhado de uma banda que conta com Gica Pereira no violão, André Alberton no contrabaixo, Rafael Vieira na bateria e muito samba e bossa nova no repertório.

A propósito do nome, achei a história incrível e decidi compartilhar: Porto Franco era um lugarejo nas cercanias de Botuverá nos tempos da colonização onde os imigrantes ancoravam suas balsas e canoas, na foz do Ribeirão Porto Franco, afluente do Itajaí-Mirim. Ali aproveitavam pra descansar e se lavar, o que dá um gancho ótimo pra uma loja de roupa de cama e banho.


FURO MTV



Depois de A Fazenda, o programa de tevê que mais me diverte no momento é o Furo MTV – apresentado por minha querida [e agora ilustre] amiga Dani Calabresa e seu parceiro de bancada Bento Ribeiro.


A sintonia entre os dois é de botar inveja até no casal Bonner & Bernardes, as piadas são sarcásticas, os assuntos são pertinentes e a dinâmica é no ponto.


Quem quiser conferir, passa de segunda a sexta as 10:15 da noite. Quem não tem acesso ao canal, pode ver na internet, no site da MTV Brasil, em qualquer horário porque fica armazenado.


Nessa foto, Calabresa, Juliana e Rodrigo num feliz encontro em Rio das Pedras vários anos atrás

O ENIGMA DO PRÍNCIPE


Os fãs da série Harry Potter estão na expectativa pro lançamento do sexto filme da série – Harry Potter e o Enigma do Príncipe.

A estreia mundial está prevista para a semana que vem, numa produção de U$ 200 milhões, o maior orçamento da série até então.

Daniel Radcliffe, o ator que deu vida ao protagonista em todos os filmes e que completa vinte anos no fim deste mês, é um daqueles casos típicos que, faça o que quiser, será eternamente lembrado por este papel.

Assim como Jennifer Aniston será sempre a Rachel de Friends, Harrison Ford o Indiana Jones, Macaulay Culkin o Kevin de Esqueram de Mim e a Betty Faria nunca será outra coisa que não Tieta.

QUATRO CENTAVOS


Durante alguns anos, mantive uma conta-corrente no Banco do Brasil. Descontente com o tratamento, resolvi passar a régua e migrar para um banco privado – já que, na época, pus a culpa da minha indignação no funcionarismo público.

Aconteceu que, por um lapso temporal entre o encerramento da conta e o vencimento da fatura do cartão de crédito, eu recebi durante meses uma outra fatura no falor de uns três reais que deixei rolar pra ver no que ia dar.

Todo fim de mês chegava aquele envelope timbrado do BB com uma conta que eu insistia em não pagar, nem sei bem o porquê. Provavelmente porque achava tão irrisório que não podia dar em nada.

Depois de muitos meses aquele valor tinha crescido um pouco e, diante das taxas estratosféricas praticadas pelos cartões de crédito, minha fatura era agora de cinco reais.

Eu já estava de saco cheio daquela correspondência mensal e decidi quitar a dívida. O custo de tantas postagens já estava bem além do que iriam receber e, no dia do vencimento, fui ao banco e zerei a conta.

Pois não é que o fim do mês me trouxe uma surpresa?! Uma dívida no valor de quatro centavos – sim!, você leu certo – que pretendo colocar numa moldura e pendurar numa parede bem estratégica da minha vida.

Custo a acreditar que alguém gaste papel, tinta e selo pra cobrar quatro centavos do que quer que seja. Mas quando um banco do Estado vai à bancarrota, a salvação pode facilmente vir dos cofres públicos, abastecidos por mim e por vocês.

LEI ANTIFUMO


São Paulo está passando por um momento controverso nesses dias de contagem regressiva para o advento da Lei Antifumo, que entra em vigor no início de agosto.

A lei proíbe o uso de cigarros, cigarrilhas, charutos e afins em todos os ambientes de uso coletivo, total ou parcialmente fechados, incluindo aí bares, boates, restaurantes, shoppings e até táxis. Basicamente, só se poderá fumar em casa ou ao ar livre. Justo!

No entanto, os proprietários de estabelecimentos estão preocupados com a reação do público. Alegam que a lei é fascista e que se Fulano tem um bar e decide colocar na porta um “permitido fumar” em letras garrafais, é um direito seu. Quem não gostar que passe longe.

O buraco é mais embaixo. Se todo dono de bar ceder pra agradar ao público fumante, a legislação fica obsoleta. E os não-fumantes continuam respirando a fumaça, desgraça que a gente tem que tossir.

Bem que poderia ser uma lei federal. Isso nos pouparia um bocado de constrangimentos porque verdade seja dita: nos entendam os fumantes inveterados, mas a nuvem do cigarro é espaçosa demais.