* Quando Gravidade entrou em
cartaz, no ano passado, uma única razão levou-me ao cinema. Esta razão atende
pela graça de Alfonso Cuarón, um diretor mexicano que venho acompanhando com
entusiasmo desde Grandes Esperanças – que é o filme que eu cito quando alguém
me pergunta qual o meu filme número um.
* Nem George Clooney, nem Sandra
Bullock teriam me seduzido com um filme de astronauta. Não fosse por Cuarón, eu
só teria me interessado pelo filme depois de conhecer a lista dos indicados ao
Oscar deste ano, liderada por Gravidade – ao lado de Trapaça – com dez
indicações para cada um deles.
* As principais indicações estão
na categoria de melhor filme, melhor diretor e melhor atriz para Sandra Bullock
– ela já guarda na estante um Oscar recente por seu desempenho no filme Um
Sonho Possível. As outras indicações são dentro de categorias mais técnicas,
como melhor edição ou, no caso de Gravidade, da falta dela, já que a primeira
cena do filme deixou os críticos boquiabertos pela ausência de cortes num longo
plano onde a câmera passeia pelo espaço sideral.
* Pra quem não assistiu, trata-se
de uma história onde dois astronautas se empenham em sobreviver depois de um
acidente que os deixa à deriva no espaço. O filme cria uma tensão que não te
abandona nunca, mas sem o propósito de assustar – apenas porque a situação em
si, estar preso/solto do espaço, é naturalmente tensa.
* Nesta missão de sobreviver e de
renascer após uma adversidade [nessa mensagem o diretor é brilhante], Sandra
Bullock dá um upgrade na sua carta de motorista. Até então, ela estava apta
somente a dirigir ônibus, como em Velocidade Máxima, mas agora já pode encarar
foguetes e naves espaciais.
* A cena em que ela consegue
entrar na nave, livra-se da roupa de astronauta e flutua em posição fetal é a
que guardei em minha memória. Talvez porque ali foi a única sensação de
descanso que eu pude sentir nos noventa minutos de filme.
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