segunda-feira, 10 de fevereiro de 2014

A Menina que Roubava Livros



* Eu não havia lido o livro, o que costuma aumentar o entusiasmo na hora de ir ao cinema. Ler antes costuma resultar em uma expectativa que nunca se cumpre, como foi o caso d’O Caçador de Pipas, cujo livro tem hoje suas páginas regadas de lágrimas e um filme bem menos comovente.

* Assim, sem nem tomar conhecimento sobre o assunto, mergulhei de cabeça na história d’A Menina que Roubava Livros e quase me tornei o menino que roubava lenços. Aliás, quase todos os filmes sobre o nazismo têm esse poder de remexer nossas entranhas, pelo próprio horror que nos faz compadecer o sofrimento alheio.

* Quando se faz isso com poesia, então, é um convite às lágrimas. É como pegar o filme Meu Primeiro Amor [com o Macaulay Culkin, lembram?] que já é tristíssimo e adicionar os horrores da guerra, da perseguição, dos bombardeios e de ir ao encontro da morte.

* A atriz que interpreta Liesel, a menina que rouba os livros do título, é a canadense Sophie Nélisse e seu par, Rudy, é interpretado por Nico Liersch – ambos desconhecidos até então, crianças do século vinte e um, mas incríveis. Especialmente juntos. Espero poder voltar a escrever seus nomes muitas vezes. Pra engrossar o elenco, temos Geoffrey Rush e Emily Watson como o casal que adota a menina.

* A história é narrada pela morte, em primeira pessoa. Começa trazendo à superfície a certeza de que, cedo ou tarde, todos temos um encontro com ela. Todos deslizaremos por seus braços. Ao fim, ela devolve o medo com o qual a enxergamos dizendo que ela, a morte, se assombra conosco.

* Pra não dizer que o filme ficou completamente fora do Oscar, está concorrendo na categoria de melhor trilha sonora. No entanto, tem potencial pra muito mais que isso.

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