* Eu não
havia lido o livro, o que costuma aumentar o entusiasmo na hora de ir ao
cinema. Ler antes costuma resultar em uma expectativa que nunca se cumpre, como
foi o caso d’O Caçador de Pipas, cujo livro tem hoje suas páginas regadas de
lágrimas e um filme bem menos comovente.
* Assim,
sem nem tomar conhecimento sobre o assunto, mergulhei de cabeça na história d’A
Menina que Roubava Livros e quase me tornei o menino que roubava lenços. Aliás,
quase todos os filmes sobre o nazismo têm esse poder de remexer nossas
entranhas, pelo próprio horror que nos faz compadecer o sofrimento alheio.
* Quando
se faz isso com poesia, então, é um convite às lágrimas. É como pegar o filme
Meu Primeiro Amor [com o Macaulay Culkin, lembram?] que já é tristíssimo e
adicionar os horrores da guerra, da perseguição, dos bombardeios e de ir ao
encontro da morte.
* A atriz
que interpreta Liesel, a menina que rouba os livros do título, é a canadense
Sophie Nélisse e seu par, Rudy, é interpretado por Nico Liersch – ambos
desconhecidos até então, crianças do século vinte e um, mas incríveis.
Especialmente juntos. Espero poder voltar a escrever seus nomes muitas vezes.
Pra engrossar o elenco, temos Geoffrey Rush e Emily Watson como o casal que
adota a menina.
* A
história é narrada pela morte, em primeira pessoa. Começa trazendo à superfície
a certeza de que, cedo ou tarde, todos temos um encontro com ela. Todos
deslizaremos por seus braços. Ao fim, ela devolve o medo com o qual a
enxergamos dizendo que ela, a morte, se assombra conosco.
* Pra não
dizer que o filme ficou completamente fora do Oscar, está concorrendo na
categoria de melhor trilha sonora. No entanto, tem potencial pra muito mais que
isso.
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