segunda-feira, 10 de setembro de 2012

Rock of Ages


* Rock of Ages é um musical que foi escrito pra homenagear algumas bandas de rock da década de oitenta, especialmente aquelas que foram enquadradas no subgênero glam metal e fizeram parte da cena da Sunset Strip, em Los Angeles, naquela década.

* Um parêntese: enquanto isso tudo acontecia, eu estava ouvindo os discos do Trem da Alegria, do Balão Mágico e aguardando o próximo lançamento da Xuxa. Ou seja, qualquer coisa deste repertório eu só vim conhecer muito depois. Ainda hoje, quando leio o nome das bandas que fizeram parte deste movimento, me sinto lendo um alfabeto desconhecido. Não é minha praia.

* Falo isso porque o musical acaba de ganhar sua versão para o cinema, embalado no sucesso que tem feito em diversos palcos do planeta – está em cartaz na Broadway, no West End londrino e uma montagem acabou de ser anunciada para o fim do ano em Las Vegas, no hotel Venetian.

* É a história clichê de uma garota que sai de Oklahoma pra viver o sonho de ser cantora em Hollywood, apaixona-se pelo primeiro garoto que lhe dá atenção e ele consegue um trabalho de garçonete pra ela no lendário Bourbon Club, a casa que serve de cenário para os grandes shows.

elenco da versão cinematográfica do musical
* A mocinha da história é Julianne Hough, que fez sua estreia no cinema como uma das crianças de Hogwarts no primeiro filme da saga Harry Potter. Tão coadjuvante que sua personagem nem tinha nome. Aí cresceu, fez Burlesque com Cher e Aguilera eesteve recentementeno remake de Footloose.

* Seu par é Diego Boneta, que está super adequado para o papel de vítima da indústria fonográfica: o menino que ama rock’n’roll mas, em nome da fama, aceita fazer parte de uma Boyz Band. Na vida real, Diego é mexicano e apareceu num desses programas de calouros pra crianças – um Raul Gil do México. Se deu bem e entrou para o Rebelde.

* Catherine Zeta Jones, magérrima, faz o papel da moralista com telhado de vidro. Ela é casada com o prefeito da cidade e encabeça um movimento pra exterminar o rock’n’roll, essa doença que desemcaminha a juventude. Seus dotes musicais ficam um pouco encobertos pela carolice da personagem e os pavorosos figurinos da época.

* Tom Cruise é que foi a minha grande surpresa. Nunca havia trabalhado no gênero, tomou aulas de canto e arrebentou no papel de estrela do rock. Seu personagem, Stacee Jaxx, é um astro que vive os altos e baixos da carreira, super sedutor, mais dedicado aos prazeres da carne do que à disciplina que a agenda requer.

* E se você tivesse que escalar um nome pra viver o agente Paul Gill [o nome me parece uma homenagem ao guitarrista Paul Gilbert], de quem lembraria imediatamente? De Paul Giamatti, é claro, pelo flerte entre ficção e realidade nos nomes. O elenco conta ainda com Alec Baldwin no papel de dono do bar.

Don’t Stop Believing

* Dentre os números musicais, achei muito legal a fusão criada entre More Than Words [Extreme] e Heaven [Warrant], com um arranjo de cordas sobre aquela batida que imortalizou More Than Words e um crescente que desemboca num rock mais pesado.

* Mas certamente o número final é o grande momento do musical, com a canção Don’t Stop Believing, da banda americana Jorney, lançada em 1981. Essa música tem poder. Faz a gente querer cantar junto, cantar alto e não parar de acreditar, a pedido do título.

* Há poucos anos, o seriado Glee colocou a canção de volta às paradas de sucesso e a versão para o cinema do musical Rock of Ages deve lhe prestar a mesma homenagem. Um hino, com certeza!

Sunset Boulevard

* O Bourbon Room, bar onde se passa uma boa parte do filme Rock of Ages, fica na Sunset Strip – que nada mais é do que o pedaço emblemático da Sunset Boulevard.Acho que já disse uma vez, mas a Sunset Boulevard foi uma das maiores decepções da minha vida. Aquele tipo de lugar que a gente idealiza de um jeito nos nossos sonhos e que se revela o oposto in loco.

* Nos meus devaneios, a Sunset Boulevard era uma larga avenida com grandes canteiros e palmeiras balançando com o vento da Califórnia, a linha do horizonte à frente com o mar ali do lado, bicicletas, patins e gente sorrindo nas largas calçadas. Na realidade, é uma rua sem a menor graça, cheia de curvas, completamente urbana, barulhenta.

* Pior que isso, só o famoso letreiro de Hollywood, um dos cartões-postais de Los Angeles, que só se vê ao longe... e sempre bem de longe. Esse fetiche que a gente tem de escalar suas letras só se realiza no cinema, como em Rock of Ages.

* Na verdade, aquele lugar é uma propriedade privada e nem as locações de filmes acontecem lá. Neste caso, por exemplo, as cenas foram gravadas em um lixão de Pampona Beach, na Flórida, e depois devidamente maquiados com as luzes da cidade lá debaixo - o que Hollywood faz de melhor.

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