sexta-feira, 14 de setembro de 2012

Parque Industrial


* 1933 foi o ano sabático de Patrícia Galvão, a famosa Pagu da canção de Rita Lee. Ela havia sido presa ao participar da organização de uma greve de estivadores do porto de Santos e quando foi solta, em 1933, deixou no Brasil marido e filho – Oswald havia se separado de Tarsila pra ficar com ela – e partiu para uma viagem pelo mundo.

* Eu não sei se “sabático” é o termo mais apropriado pra este ano de descobertas, sem marido nem filho nem grades ao redor, já que ela não ficou exatamente sem trabalhar. Foi neste ano que ela publicou o romance Parque Industrial, que agora serve de inspiração e de título para uma exposição em São Paulo que discute a relação entre arte e consumo.

* A exposição Parque Industrial é um dos eventos satélites da trigésima Bienal de São Paulo e acontece na Galeria Luisa Strina, que convidou Julieta González para o posto de curadora.

* Uma das obras mais emblemáticas é composta de uma edição do livro O Capital, de Karl Marx, dentro de um saco monogramado Louis Vuitton, um dos suprassumos do desejo quando o assunto é consumo.

* A relação estabelecida pelo cubano Carlos Garaicoa é pertinente: ao colocar O Capital dentro da bolsa francesa, ele nos diz que os donos do capital, no caso a Vuitton, compreenderam perfeitamente os ensinamentos de Marx sobre o fetiche da mercadoria, a mais-valia e a exploração do trabalho pelo capital.

Nenhum comentário:

Postar um comentário