* 1933 foi o ano sabático de Patrícia Galvão, a famosa Pagu da canção de
Rita Lee. Ela havia sido presa ao participar da organização de uma greve de
estivadores do porto de Santos e quando foi solta, em 1933, deixou no Brasil
marido e filho – Oswald havia se separado de Tarsila pra ficar com ela – e
partiu para uma viagem pelo mundo.
* Eu não sei se “sabático” é o termo mais apropriado pra este ano de
descobertas, sem marido nem filho nem grades ao redor, já que ela não ficou
exatamente sem trabalhar. Foi neste ano que ela publicou o romance Parque
Industrial, que agora serve de inspiração e de título para uma exposição em São
Paulo que discute a relação entre arte e consumo.
* A exposição Parque Industrial é um dos eventos satélites da trigésima
Bienal de São Paulo e acontece na Galeria Luisa Strina, que convidou Julieta
González para o posto de curadora.
* Uma das obras mais emblemáticas é composta de uma edição do livro O
Capital, de Karl Marx, dentro de um saco monogramado Louis Vuitton, um dos suprassumos
do desejo quando o assunto é consumo.
* A relação estabelecida pelo cubano Carlos Garaicoa é pertinente: ao
colocar O Capital dentro da bolsa francesa, ele nos diz que os donos do
capital, no caso a Vuitton, compreenderam perfeitamente os ensinamentos de Marx
sobre o fetiche da mercadoria, a mais-valia e a exploração do trabalho pelo
capital.
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