
* Nas últimas semanas, acompanhei pelos portais de notícias o estado de saúde do Wando, patrimônio da música popular brasileira. Na verdade não li nada além das manchetes, mas me impressionei com a quantidade: todos os dias havia alguma notícia de melhora ou piora, a ponto de parecer que havia uma assessoria de imprensa cobrindo os dias de hospital.
* Ainda pensei com os meus borbotões: faz mais de vinte anos que o Wando não emplaca uma canção que rendesse tanta notícia como sua internação. Vou escrever sobre isso.
* Pois ontem, quando me sentei pra esboçar a coluna de hoje, uma janela se abre na minha cara – na minha tela – noticiando sua morte. De repente, na minha mente, começou a tocar Chora Coração. Eu era de novo uma criança assistindo, sem entender muito bem, a novela Roque Santeiro. Mas entendia aquela canção que dizia “passarinho na gaiola feito gente na prisão”.
* Wando foi tachado de brega e só era bem recebido a título de sacanagem. Só se cantava Wando em tom de deboche. Talvez seja tarde pra advogar a seu favor, mas enquanto músico posso garantir que suas harmonias são muito mais sofisticadas que qualquer sertanejo universitário.
* Seus versos eram simples, às vezes maliciosos. Lembram daquela que dizia que “se você quer me dar, eu quero receber”? Talvez não. Mas Fogo e Paixão, sua obra-prima, vai continuar a embalar romances por gerações, afinal de contas, os clássicos são eternos. Wando era fogo. A gente é paixão.
Gostei!! Parabéns Amigo
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