terça-feira, 20 de novembro de 2012

Garbo


* Aconteceu numa mesa ao lado da minha, em pleno almoço de domingo. Uma fulana querendo ser simpática com o garçom fez o seu pedido e começou a cutucá-lo nos ombros como que a apressá-lo. Junto com isso, fazia gracinhas sem a menor graça. Dizia “rápido, pra já” junto com um risinho pra mascarar sua grosseria e insistindo numa intimidade que não existia.

* Só eu vi – ela não teve a chance – a cara de tédio do rapaz que a atendeu quando deixou a mesa dela. Pra coroar, ela tinha feito o mesmo pedido pra dois garçons. Quando viu que o primeiro chegou enquanto o segundo tirava o mesmo pedido, teve de pedir ao outro garçom que chamasse o segundo pra cancelar o pedido.

* A minha surpresa foi com as palavras que ela usou pra isso, que vou tentar repetir sem errar: “Ai, chama aquele garçom feinho do cabelo crespo pra cancelar o pedido”. O que é isso? Eu fico chateado só de ver alguém apontar o dedo pra outra pessoa. Agora, usar a feiura que estava nos olhos dela como referência?

* O pior é que não é uma cena tão isolada assim. Parece que o garbo limitou-se ao sobrenome da greta. A fulana estava fazendo aquela linha “sensual sem ser vulgar”, mas fracassou completamente na segunda parte porque não há nada mais vulgar que tratar mal as pessoas que estão ali pra te servir.

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