* O show de estreia de Marisa Monte em sua nova turnê – Verdade, Uma
Ilusão – neste fim-de-semana no teatro Guaíra, em Curitiba, foi um
acontecimento. Marisa, além de ser a melhor cantora do Brasil e inspirar tantas
outras que se aventuram no ofício de cantar, é uma grande estrategista no trato
de sua carreira.
* Ela é uma daquelas exceções que domina os dois lados do cérebro – o direito
com sua sensibilidade e sua arte e o esquerdo com a administração dela.
* Pra dividir o palco, chamou o veterano Dadi [Os Novos Baianos, A Cor
do Som] que trocou o contrabaixo pelo violão nessa excursão e o piano de Carlos
Trilha, manezinho da ilha, responsável pelos dois álbuns-solo da carreira de
Renato Russo.
* Pegou emprestado também três integrantes do Nação Zumbi pra fazer
guitarra, baixo e bateria, com a promessa de devolvê-los ao final da turnê e
ainda um quarteto de cordas que deu um ar mais erudito e mais arranjado para o
repertório, misturando sucessos antigos com as canções do disco novo.
* Do disco Mais, lançado há vinte anos, Marisa trouxe de volta Eu Sei
[Na Mira], Beija Eu e Diariamente, com direito a um tropeço na dificílima letra
[esqueceu o verso Para Adidas, o Conga nacional] e um pedido de desculpa – que
na voz dela também vira música, e não há como não perdoar.
* Fez também uma homenagem a Cassia Eller cantando a música ECT, com uma
pegada bem flamenca. Depois disse o quanto admirava a cantora e da falta que
ela faz como referência. Disse que sentir saudade não é sentir falta. “Sentir
saudade é sentir presença”. E complementou tocando e cantando o choro De Mais
Ninguém, do álbum Rosa e Carvão, uma das mais belas músicas de toda sua
discografia.
* Homenageou também a cantora italiana Mina Mazzini com a canção Sono
Come Tu me Vuoi e contou que estreitou os laços com ela durante uma temporada
na Itália, e que convidou Mina pra cantar Ainda Bem no disco novo. Mina gostou
tanto da música que gravou sozinha, em português mesmo, no seu disco.
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